sexta-feira, 20 de maio de 2011

sessão de poesia. sala vazia




sessão de poesia. sala vazia
cadeira a cadeira sala vazia
de negro coberto o piano negro
poetas estão poetas vêm poetas vão
estão computadores
jovens informáticos
fotógrafos estão
às cinco em ponto seria a sessão
cinco menos dez cinco menos cinco
eu não sou poeta
sento-me na sala
aguardo a sessão
estou no meio da sala
mas que faço eu que embaraço o meu
sessão de poesia
cadeira a cadeira a sala vazia
público não chega
vem mais um poeta
passou bem poeta
às cinco em ponto seria a sessão
passam cinco e cinco
e ainda mais cinco
estou no meio da sala da sala vazia
abriram as luzes abriram os olhos
dos poetas tantos
o público entra ou não entra não
brilham os cristais os cálices de absinto
quem virá brindar e comemorar
vêm mais fotógrafos
montam os tripés
no fundo da sala surge uma pessoa
e outra pessoa e outra pessoa
a tarde vai longa
começa a sessão
venha o absinto e a poesia
regar o serão





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