(Pablo Picasso)
lânguida e morna a constipação
eleva os mortais um pouco acima
da banal superfície
e imundície das ruas
ousados germes que nos distanciam
e aliviam da rotina ofegante
febril anestesia que nos enuvia
e desatrofia para voos rasantes
ah, reservada constipação
bebo da taça enebriante
do teu líquido etílico
e cambaleante me afasto
do templo de dioniso
escorrem-me as lágrimas
pelo rosto quente
oh, constipação borbulhante
sinto o pesar dos ossos frontais
e a mucosa das narinas
ouço fervilhar
louvada constipação,
embala-me no sono vago
que o calor da lã aquece
o frio arrepio da pele
Sem comentários:
Enviar um comentário