(M. C. Escher)
estou perdida numa rua confusa
ah, esta minha fatalidade de perder-me!
de repente, tudo me é estranho
vazio, um turbilhão à minha volta
eles entendem-se, eu não
faço como se entendesse
mas não, estou num deserto
e ao mesmo tempo em Nova Iorque
em Pequim, em Saigão
tenho só uma flor na mão
sei que dessa flor nasceu o mundo
para mim, essa flor tem o mundo todo lá dentro
mas os ventos passam por ela
deformam-na, estrangulam-na
e eu, eu aqui perdida nesta confusão
onde hei-de pôr esta flor perdida?
em que onda do meu cabelo?
em que linha tremida da minha mão?
Sem comentários:
Enviar um comentário