segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

deambulações em volta de uma imagem de Novalis

(Salvador Dalí)




frente ao corpo esfíngico
entro desveladamente
no templo do meu corpo

só alguns corpos são templos vivos
mas o templo é o lugar do mistério
da ausência

todo o corpo é um templo em construção eterna

que dizem os sábios das ruínas do templo?
a presença do enigma permanece
nos destroços abandonados do templo

o amor é a contemplação da miragem
do templo sagrado

o tempo da união dos corpos
rasga um clarão de júbilo
na penumbra dos templos

é breve o conforto
da oculta face do deus
venerado no templo

em vão mergulho o meu corpo tenso
no regaço amplo
do templo




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