não poderei dizer que sou uma pessoa
sou um misturador um triturador
sou uma espécie de fábrica de pasta de papel
a minha matéria é uma grande membrana porosa
que realiza permanentemente
uma incansável função de osmose
sou o silêncio que na noite sussurra
o inaudível ruído das esferas
sou o sono
que é a capa perfeita dos voos infinitos
nos espaços de além
sou a água da fonte
que se desfaz constante
no húmus da mãe
sou o vento
que leva as areias
e gera no ventre
as dunas e as praias onde o mar refreia
não não sou uma pessoa não
sou o centro magnético
que espraia raízes como feixes de luz
no infinito de todas as direcções
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