segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

o pão e o salmão

(Paul Cézanne)



(à maneira de Nicolau Tolentino)

Refastelado em ampla travessa
jazia um pão enigmático
que as convidadas em retardado passo
olharam com gesto sintomático

Após meditação em versos de Che,
a anfitrã deu início à cerimónia
e em golpes rectos transversais
fez cesariana com parcimónia

Eis senão quando, caso pouco visto
um peixe suculento e bem roliço
surgiu dentro do pão untado e quebradiço

Para quem não sabe, fica esta lição
se em mesa de festa houver só um pão
pode ganhar esperança num róseo salmão



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